Gosto de ovo cozido com gema mole e sal

Tenho medo. Pânico de me perder novamente. Demorei tanto pra me redescobrir, pra saber qual tipo de ovo que gosto que hoje tenho receio de cometer os mesmos equívocos me descontrolando na entrega.
E se perder o equilíbrio causando a ruína de tantos questionamentos, reflexões e respostas encontradas após buscas realizadas em estradas de paralelepípedos.
Sinto-me frustrada. É um misto. Ao mesmo tempo em que quero, receio abortar-me ao reencontrar-me em um relacionamento.

Corrompi meu eu ao amar no passado, coloquei-o em segundo lugar. Não mais desejo isso pra mim.
O primeiro lugar já é meu, não se trata de egoísmo, denomino individualismo.
Faz-se necessário sermos inteiros. Somente duas partes inteiras constroem um relacionamento completo, caso contrário será sempre pela metade.
Mas e se o aprendizado não estiver enraizado?
Retroagirei?
O problema sou eu.

A solução sou eu.
A mim cabe a decisão e as consequências.
Também sei que se tomar outro rumo questionar-me-ei posteriormente.
Temo, mas vivo.
Coragem é tentar ultrapassar meus monstros mesmo tendo vontade de correr sem olhar pra traz, em busca de um colo que ninguém além de mim poderá proporcionar-me.
Covardia não é parar, respirar ou questionar-me, e sim desistir pra sempre por medo de me encarar.
Olhos nos olhos, hora ou outra, eu olhando nos meus olhos.