Ser estranho

Existe um ser em minha mente além de mim.
Brigamos diariamente.
Recusa-se a conversar fingindo aceitar minhas recomendações, mas sinto que as palavras entram por um ouvido e saem por outro.
Conto-lhe sobre nossas escolhas trazerem conseqüências não adiantando espernear, pois arcaremos com elas. Dizer-lhe isso e nada são as mesmas coisas.
Há momentos que é impossível controla-lo. Teimoso que só, age impulsivamente, restando depois de seus atos questionamentos em vão.
Após suas traquinagens, vejo o balançar seu corpo para frente e para traz, sentado no chão, lá no fundo de um quarto escuro. Aproveitando a situação, retorno a dizer-lhe para medir suas atitudes e acuso-o de fazer-me arcar solidariamente.

Preciso ensinar-lhe. Descobrir algo que o faça parar ou ao menos refletir sobre a necessidade de evoluirmos e deixar de nos sabotar.
Mas ao pensar isso, ele me questiona se imagino poder refletir sobre tais indagações sem que as ouça.
Demasiadamente esperto para algumas situações, principalmente as que o comprazem e deveras ingênuo em outras.
Sinto que você me ouve ser estranho que insiste permanecer em minha mente. Conheço seus caprichos, mas você também tem ciência de minha persistência e força de vontade. Aceite, não me cansarei em travar diariamente nossas batalhas, pois sei que hora ou outra a guerra será minha.