sábado, 27 de abril de 2013

Sem porquês



Encantei-me por você desde o primeiro dia.
Cabelos desalinhados, olhar cansado, correndo de um lado para o outro, parecia um moleque.
Seu jeito extrovertido fazia com que a vida parecesse mais divertida, menos exaustiva e me transmitia a vontade de continuar mesmo não aguentando mais de cansaço.
Nenhuma palavra, qualquer ato e todas as tentativas de manter-me distante eram em vão.
Indiferente se estava a pé, de moto emprestada ou carro próprio. Roupas de grife, terno, perfumado ou shorts rasgado e todo suado.
Era você, só você que eu via, sentia e queria. Sonhava com seus toques, ansiava ver seus sorrisos e sentir sua proximidade cautelosa e avassaladora.
Sem importância se falava errado, era empresário, estagiário, advogado ou faxineiro, almejava-o e ponto.
Nunca consegui desvendar como tudo aconteceu e continuou, só senti e vivenciei cada momento com todos os sentimentos à flor da pele.
A vida é cheia de surpresas, agradáveis ou não obrigou-me a lidar com elas e viver as consequências.
Não fiz as escolhas sozinha, escolhi também.
Tinha que ser você, sem explicações, sem certos, errados ou porquês.
Tento todos os dias me despedir do que sinto por ti. Não sei quando isso acontecerá e rezo pra continuar a acreditar que o tempo cura tudo, até mesmo a crença perdida sem querer.
Desejo ainda mais, que num futuro, mesmo em outra vida, possa reencontrá-lo em outros mares, noutras ondas, barcos e vestimentas, mas com imensurável intensidade no sentir, tocar e falar, pra dessa vez quem sabe vivermos o que hoje não me permito mais pensar.